quarta-feira, maio 17, 2006

carne em chama

A carne em chama me chama a ferida viva e aberta.
Arranca-me ao real, domina-me a vontade, moldando-a a cada insinuação das coxas, dos dedos e maçãs rosadas do rosto.
Enlevo-me no êxtase a cada pedaço de atenção, a cada missanga desperdiçada no meu fio de nylon.
Cada pequena satisfação desse prazer irrepetível encerrado lá no fundo onde apenas habitam os devaneios de infância, as estórias de encantar e a felicidade que nunca alcançará.
Quando a carne me chamo sigo-a sem pudor navegando só, sob os sinais do teu corpo, minha carta de marear, despojado do acessório.
Quando a tua carne me chama persigo-a até aos recantos mais sórdidos da minha paixão e abandono-me ao jogo do suor e do sabor a sal.
Quando é assim eu sou o único sol e tudo em meu redor se desvanece envergonhado.

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